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Cidade do Porto

2025/06/04

Aprovadas moções para reformular segunda fase do metrobus

Freguesias

A Assembleia Municipal aprovou, na passada segunda-feira à noite, moções para reformular ou suspender a segunda fase do metrobus, orientação que o Executivo municipal vai seguir, tal como deixou expresso o presidente da Câmara.

"Nós, em fim de mandato, formalizaremos de acordo com o que a Assembleia hoje [segunda-feira] aqui decidir", disse Rui Moreira, na sessão potestativa daquele órgão, requerida pelo PSD para discutir o projeto do metrobus, com o ponto único "Por uma Avenida da Boavista Verde, Humanizada e Sustentável". As moções apresentadas por três forças políticas (PSD, movimento "Rui Moreira - Aqui Há Porto" e CDU) no sentido de reformular ou suspender o projeto, entre outros aspetos, foram aprovadas por maioria, tendo sido chumbado um ponto da moção da CDU e as propostas do BE.

Durante a discussão, o presidente da Câmara revelou que a Metro do Porto aceitou as alterações propostas pela autarquia para a segunda fase do metrobus, objeto de uma recente petição pública. "No dia 30 de maio, sexta-feira, recebi, ao fim da tarde, uma carta do senhor presidente da Metro do Porto [Tiago Braga], em que o que diz é que, depois de há dois meses andarmos a insistir nisto também nas reuniões quinzenais, a Metro do Porto concorda com esta solução", afirmou.

Em causa está o trajeto entre o Liceu Garcia de Orta e o Castelo do Queijo. "A solução que defendemos para o metrobus é que há uma parte da Avenida da Boavista em que ele deve andar, tal como na 'Marechal' [Avenida Gomes da Costa], fora da faixa central, frisou Rui Moreira, defendendo que tal seria possível porque é um segmento onde "há pouca procura", onde se pode "reduzir a velocidade" e onde "também queremos salvaguardar aquela parte da ciclovia bem construída", numa "zona da fruição da cidade, junto ao Parque da Cidade".

O autarca frisou, no entanto, que ainda há "algumas coisas para discutir", por exemplo, se o "metrobus deve andar segregado ou banalizado". "A minha opinião deixo-a já aqui expressa: é que deve ser banalizado, porque se insistimos que na 'Marechal Gomes da Costa' deve ser banalizado, por maioria de razão deveria ser banalizado naquela parte da Avenida da Boavista, onde tem pouco trânsito".

As "mentiras" da Metro

Rui Moreira adiantou que, no âmbito da conceção do projeto, as alterações estimadas têm um custo de cerca de 210 mil euros e defendeu que a segunda fase do projeto só deve arrancar depois de chegarem os autocarros e começar a operação da primeira, que ainda não aconteceu, falando em "mentiras" impingidas pela Metro do Porto relativamente a prazos. "Em abril disseram-nos que o primeiro veículo experimental iria fazer experiências na Avenida da Boavista em maio deste ano. Disseram-nos isto em abril. Se tivessem dito no ano passado, eu percebia", criticou.

O presidente da Câmara reiterou que a obra da primeira fase ainda não foi entregue à Câmara do Porto e assinalou que "a população não sabe e desconfia de como é que o metrobus vai funcionar".

Durante a sessão, o deputado municipal do PSD Rodrigo Passos disse que a segunda fase do metrobus, como estava inicialmente previsto, iria eliminar o atual desenho de "uma ciclovia funcional, segura, reconhecida por todos como um bom exemplo de mobilidade suave".

Já Agostinho Sousa Pinto, do PS, apelidou a marcação da sessão da Assembleia Municipal pelo PSD, bem como a petição pública com o mesmo título, liderada pelo candidato do PSD/CDS-PP à Câmara do Porto, Pedro Duarte, como "um episódio de uma estratégia política pouco coerente e manifestamente inconsequente", pois os sociais-democratas "foram os que há meses se abstiveram na votação sobre a primeira fase".

Pedro Schuller, do movimento "Rui Moreira - Aqui Há Porto", lembrou que para o canal do metrobus "tinha vindo a ser prometido há vários anos um sistema de metro ligeiro" e sinalizou "a preocupação com as ciclovias, embora elas tenham surgido apenas relativamente à segunda fase do projeto".

Pela CDU, Rui Sá comentou que, como não podia "sobrar dinheiro" do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), "de um momento para o outro, apareceu a extensão da linha do metrobus até à rotunda da Anémona, que não fazia parte dos planos da cidade", e defendeu o seu voto a favor das moções, por considerar "fundamental haver uma posição maioritária da cidade" face ao "desrespeito da Metro do Porto, com a cumplicidade do Governo".

Já Susana Constante Pereira, do BE, considerou que a discussão sobre o traçado, "a integração da ciclovia, o espaço público, devia ter acontecido há dois anos, quando o projeto foi anunciado", dizendo que, nessa altura, o PSD "manteve o silêncio, mesmo com um acordo de governação com a maioria do Executivo municipal".

O deputado do PAN, Paulo Vieira de Castro, sublinhou que o partido não mudou de opinião sobre a defesa dos modos suaves no projeto do metrobus, recordando o posicionamento de 2023, em que transmitiu o "total desacordo" com a eliminação de vias para modos de mobilidade suave.

 

 

Fonte: CM Porto
Foto: Metro do Porto

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