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Cidade do Porto

2023/03/02

“Estamos disponíveis para fazer mais salas de consumo assistido”, anuncia Rui Moreira

Freguesias

O presidente da Câmara Municipal do Porto não tem dúvidas que, atualmente, as entidades de saúde "investem menos naquilo que é a prevenção junto dos toxicodependentes que o Município do Porto na sala de consumo assistido" e que é necessário criar uma rede destes equipamentos no país, permitindo colocar, novamente, os toxicodependentes "na calha do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

Revelando que mais de dois terços dos utilizadores da sala de consumo assistido na cidade são de outros concelhos, o autarca portuense defendeu a necessidade de ser criada uma rede destes equipamentos no país. "Não estou a dizer que é preciso em todo o território nacional, mas uma rede que garanta que esta é uma resposta integrada e geograficamente explicável", afirmou Rui Moreira, durante a conferência "Livre de drogas".

"Este investimento tem de continuar a ser feito pelo Ministério da Saúde. Estamos disponíveis para fazer outra [sala de consumo] e se [for] preciso outra", garantiu, acrescentando: "A sala de consumo assistido custou-nos cerca de 700 mil euros. Sabem quanto o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), sucessor do Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT), investe na cidade, durante um ano? 500 mil euros".

"O problema resolve-se com medidas de bom senso"

Sabendo que o consumo e tráfico de droga "não têm uma solução simples" e que é preciso olhar para esta problemática sob "várias dimensões", o presidente da Câmara do Porto, que estava acompanhado do vice-presidente, Filipe Araújo, e da vereadora da Saúde e Qualidade de Vida, Catarina Araújo, reforçou que "esta não é uma matéria exclusivamente securitária", revelando que nos bairros da Pasteleira Nova e de Pinheiro Torres há "uma situação de tráfico à vista".

Por isso, disse, o problema "não se resolve com medidas politicamente corretas", mas de "bom senso", dando o exemplo de os toxicodependentes, muitos deles com tuberculose multirresistente, poderem voltar a trocar as seringas usadas por novas em farmácias.

Aliás, Rui Moreira não entende a discussão que se faz à volta dos direitos, liberdades e garantias dos toxicodependentes quando, durante a pandemia, "tivemos de ficar em casa, por tempos ilimitados, para não propagar uma doença, que é menos letal que a tuberculose". "Há dois pesos e duas medidas. Temos memória do que se passou e, por isso, as pessoas com tuberculose multirresistente, e não precisam de ser só toxicodependentes, têm de poder ficar em isolamento forçado", acrescentou.

 

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