A ratificação do acordo de livre comércio entre a União Europeia e a Mercosul, assim como aquilo que considera uma tendência protecionista noutros mercados, é, na opinião do presidente da Câmara do Porto, uma oportunidade para o mercado de vinhos. Citado pela CNN Brasil, Rui Moreira falava durante a Essência do Vinho, no passado fim de semana, que teve o estado de Minas Gerais como convidado.
"Numa altura em que parece que o protecionismo está de volta ao mundo, isso cria um enorme potencial para países como Portugal e como o Brasil, que têm uma tradição muito grande e uma boa relação, seja da língua, familiar e até de investimento", constata o autarca.
Rui Moreira considera que "temos aqui uma enorme oportunidade para compensar a perda dos mercados através da criação de outros mercados". "Não vejo isso [o protecionismo] como um risco, mas sempre como uma oportunidade", reforça.
Segundo a ViniPortugal, referida pela CNN Brasil, aquele país da América Latina foi, em 2024, o terceiro no ranking de importadores de vinhos portugueses, atingindo um volume de negócios de 85,8 milhões de euros, mais 7,5% do que no ano anterior.
Por seu lado, o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais considera que, "com o avanço do acordo de livre comércio, é muito razoável entender que Portugal seja a nossa porta de entrada para a Europa".
"Temos a facilidade da língua, uma cultura relativamente parecida e conexões entre ambos os países", sublinha Flávio Roscoe.
No mesmo sentido, o secretário de Desenvolvimento Económico daquele estado brasileiro, Fernando Passalio, disse ter esperança no "estreitar dos laços e que Minas Gerais possa ter aqui, em Portugal, no Porto, uma grande oportunidade de ser um hub para o resto da Europa, que possa ser um cartão-postal para o mundo".
O acordo de comércio livre entre a União Europeia e a Mercosul prevê, entre outros, a eliminação de impostos de importação para vinhos em garrafas de até cinco litros e para o champanhe.
A 21ª edição da Essência do Vinho trouxe ao Porto, ao Palácio da Bolsa, 400 produtores de diferentes zonas do país e do estrangeiro e quatro mil vinhos a provar.
Fonte: CM Porto
Foto: CMP | Andreia Merca