Em
Cidade do Porto

2023/02/12

Operação Vórtex. Parlamento aprova por unanimidade levantamento de imunidade de Pinto Moreira

Concelho

A Assembleia da República confirmou, esta sexta-feira, a autorização do levantamento da imunidade parlamentar do deputado do PSD Joaquim Pinto Moreira, com a aprovação em plenário do parecer da Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados.

O parecer, aprovado por unanimidade, autoriza que Joaquim Pinto Moreira seja constituído arguido e ouvido pela "alegada prática" de crimes como corrupção passiva e prevaricação.

Joaquim Pinto Moreira esteve presente no plenário quando foi votado e autorizado o levantamento da sua imunidade parlamentar, tendo sido depois cumprimentado por alguns colegas da bancada social-democrata, entre os quais Fernando Negrão e António Prôa, antes de sair no hemiciclo.

De acordo com o parecer à qual a agência Lusa teve acesso, e que já tinha sido aprovado na quarta-feira pela Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados, o Tribunal Judicial da Comarca do Porto solicitou autorização à Assembleia da República para que o deputado do PSD Joaquim Pinto Moreira seja "constituído como arguido e interrogado como tal".

Em causa está a alegada prática de crimes de corrupção passiva de titular de cargo político - "eventualmente agravado" se a vantagem "for de valor elevado" ou "consideravelmente elevado" -, prevaricação, tráfico de influência e abuso de poderes.

Segundo a Constituição e os Estatuto dos Deputados, o levantamento da imunidade parlamentar é obrigatório "quando houver fortes indícios de prática de crime doloso a que corresponda pena de prisão cujo limite máximo seja superior a três anos", o que se verifica em três dos quatro crimes referidos.

Em 30 de janeiro, quando foi conhecido o pedido de levantamento da imunidade, o deputado social-democrata anunciou que iria pedir a suspensão do mandato "após a efetivação do levantamento da imunidade parlamentar e a consequente constituição de arguido".

Pinto Moreira sustentou que tal não representava "qualquer admissão de culpa" e justificou a decisão por sentir que não tem "o direito de perturbar o normal funcionamento do trabalho político" do seu partido "e dos seus mais altos responsáveis".

O deputado do PSD indicou, então, ter "todo o interesse em prestar todos os esclarecimentos que sejam devidos no âmbito do dito inquérito", considerando que serão essenciais à comprovação da sua "total inocência face às alegadas imputações" que lhe são feitas.

Este processo prende-se com a operação Vórtex, no âmbito da qual a residência de Joaquim Pinto Moreira, ex-presidente da Câmara Municipal de Espinho entre 2009 e 2021, foi alvo de buscas e o seu computador e telemóvel foram apreendidos.

Esta operação resultou na detenção do então presidente da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS), - que entretanto renunciou ao mandato -, de um funcionário desta e três empresários por suspeitas de corrupção ativa e passiva, prevaricação, abuso de poderes e tráfico de influências.

Pinto Moreira foi eleito deputado pela primeira vez nas legislativas de 2022, tendo chegado a vice-presidente da bancada social-democrata na direção de Joaquim Miranda Sarmento, já depois de Luís Montenegro assumir a presidência do PSD.

O social-democrata deixou recentemente a vice-presidência do Grupo Parlamentar do PSD e a presidência da comissão parlamentar de revisão constitucional, após ter sido alvo de buscas domiciliárias no âmbito da operação Vórtex.

 

Partilhar nas redes sociais

Últimas Notícias
Cidade do Porto premiada em Cannes com o prémio da fDi Intelligence
12/03/2025
Porto celebra bicentenário do nascimento de Camilo Castelo Branco com programa cultural
12/03/2025
O AVOZINHO DESPEJOU-NOS
11/03/2025
Requalificação na Rua da Lomba com investimento a rondar os 1,5 milhões de euros
11/03/2025
Sérgio Soares vai estar no Mundial de Futebol de Praia
11/03/2025
Futebol feminino do FC Porto soma e segue
10/03/2025
Museu do Carro Eléctrico recebe debate aberto sobre construção da Ponte da Ferreirinha
10/03/2025
A força da Tradição
7/03/2025