Pedro Duarte assume a segurança como prioridade, prometendo uma atitude de inconformismo: “se o status quo é assim, vamos ter que mudar o status quo”.
A terceira sessão das Conversas dos Aliados – ciclo de debates promovido pela coligação “O Porto Somos Nós” (PSD/CDS/IL) sobre os temas centrais para o futuro da cidade – teve lugar a 16 de julho e foi dedicada à segurança. O debate contou com a participação de Hugo Costeira, especialista em segurança, e de José Carlos Bastos Leitão, superintendente-chefe da PSP, sendo moderado pela advogada Andreia Júnior.
A sessão começou com a identificação de desafios estruturais à segurança urbana, com especial destaque para a dificuldade de recrutamento de novos agentes. Entre os principais obstáculos apontados estiveram a baixa atratividade da carreira e a exigência de deslocação para a formação, o que implica custos elevados e o afastamento do seio familiar. Bastos Leitão caracterizou esta realidade como um “problema ocidental”, que ultrapassa a questão salarial e se prende com a falta de identificação das novas gerações com a carreira policial, de estrutura hierarquizada e com fortes restrições à conciliação entre vida pessoal e profissional.
Seguiu-se uma reflexão sobre soluções. Hugo Costeira defendeu uma aposta clara numa polícia de proximidade, mais presente na rua e com formação em áreas como psicologia e sociologia, capaz de estabelecer uma ligação mais próxima com a comunidade. Sublinhou ainda o potencial da tecnologia, nomeadamente da videovigilância, e a necessidade de tornar a Polícia Municipal mais autónoma na sua ação.
Por sua vez, José Carlos Bastos Leitão reforçou o papel que a Câmara Municipal do Porto pode desempenhar em termos de influência política, quer através da pressão sobre o poder central, quer assumindo um papel ativo na articulação entre as diferentes forças de segurança. Defendeu, ainda, a dinamização do Conselho Municipal de Segurança como instrumento privilegiado para promover uma resposta coordenada e eficaz.
Ambos os intervenientes defenderam também a importância de produzir estudos rigorosos a nível local. Hugo Costeira destacou o conceito de “policiamento orientado por dados”, cada vez mais viável com recurso a novas tecnologias e à análise de dados. Bastos Leitão concordou com a necessidade de “fazer políticas baseadas em bons dados”, referindo que atualmente essa base de informação é insuficiente e que as políticas devem ser desenhadas “à medida” das diferentes zonas da cidade.
No encerramento da sessão, Pedro Duarte assumiu um compromisso firme com o tema da segurança, com respostas imediatas e integradas – em particular no combate à criminalidade associada ao consumo e tráfico de droga na cidade. Declarou-se ao lado das forças de segurança e ao lado dos cidadãos vítimas de crime e de todos os que vivem com medo ou se sentem inseguros. Reconhecendo as “dificuldades gigantescas” existentes nesta área, prometeu ser “muito inconformado”: “Neste tema, não vou vacilar e vão ter que se ver comigo. Se o status quo é assim, vamos ter que mudar o status quo”.
Pedro Duarte justificou este foco com uma visão clara para o Porto: “a segurança é a base para a nossa liberdade – nós só temos liberdade se tivermos segurança”. E concluiu: “a cidade em que acredito e com que sonho é uma cidade em que vivemos em comunidade” e, para tal, “temos que ter a segurança para estar na rua”.
As Conversas dos Aliados regressam esta semana, com uma nova sessão dedicada ao tema da Cultura.
Fonte/Foto: PSD | CDS PP | IL