O mês de março marca o arranque das celebrações do bicentenário do nascimento de Camilo Castelo Branco, com um vasto leque de atividades culturais promovidas pelo Museu e Bibliotecas do Porto. Pensado para todos os públicos, o programa traz conversas, oficinas, visitas, resgates, teatro e um projeto inclusivo e acessível. Uma oportunidade para celebrar, de várias formas, a combinação entre o romantismo e o realismo que caraterizam a obra do escritor, que fez da cidade do Porto cenário de grande parte dos seus livros.
Mais do que a celebração do amor nas suas histórias, as comemorações do bicentenário enfatizam a sua capacidade de transcender o tempo, representando a eternidade e a intemporalidade da sua escrita, e o domínio perfeito das palavras, que tantas vezes serviram como crítica social. Camilo, com a sua visão intensa e multifacetada da vida, transporta-nos através de histórias e memórias de muitas pessoas, paixões e lugares, oferecendo-nos uma reflexão sobre a sociedade e o espírito humano.
Ao longo de um ano, até 16 de março de 2026, diversas iniciativas culturais visam consolidar a sua presença na história literária portuguesa e reforçar a sua importância para a identidade cultural da região norte, num programa mais amplo a envolver 27 instituições culturais que, em parceria, dinamizam e promovem uma agenda partilhada, sob coordenação da CCDR-N.
Programação para toda a família
Entre os destaques da programação, “Em Ponto com Camilo” traz a obra de Camilo Castelo Branco para o espaço público. Através de códigos QR colocados em paragens de autocarro, estarão disponíveis excertos da sua obra, selecionados e gravados por leitores voluntários da Biblioteca Sonora, num projeto inclusivo e acessível, que arranca a 16 de março.
O ciclo "Conversas com Camilo", que terá início já esta quinta-feira, 13 de março, convida os participantes a explorarem a obra do autor em sessões mensais de reflexão sobre a sua vida e legado. O ciclo arranca com a sessão “Camilo, um romântico realista ou um realista romântico?”, que conta com a participação de Annabela Rita e José Carlos Seabra Pereira, estando a moderação a cargo de Jorge Sobrado. A conversa tem lugar no auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, às 18 horas.
Para as famílias com crianças, o Museu e Bibliotecas do Porto oferece oficinas inspiradas nas obras de Camilo Castelo Branco. “Cartas de Amor de perdição”, orientada por Raquel Patriarca, desafia as famílias a mergulharem na obra "Amor de Perdição", com atividades criativas no dia 15 de março.
No dia 29 de março, José Alberto Rodrigues conduz a oficina “Camilo em Postais Pop-Up”, na qual as famílias vão poder criar postais inspirados nas imagens e cenários da vida e obra de Camilo. Ambas as atividades têm duas sessões, às 11 e às 15 horas.
Em março, há ainda propostas para diversas visitas orientadas. No dia 16, o público poderá explorar os espaços domésticos românticos evocados na obra "Amor de Perdição", em “Amor de Perdição no Museu Romântico”, conduzida por Marta Teixeira. No mesmo dia, será realizada a visita “Cenários Portuenses de Camilo”, orientada por Manuel de Sampayo Graça, que irá percorrer os locais que inspiraram as obras "A Filha do Arcediago" e "A Doida do Candal", com início no Jardim Marques de Oliveira.
Tempo ainda para o teatro com “Ana Plácido”. Dirigida a maiores de 12 anos, a peça da Jangada Teatro explora os dilemas, emoções e paixões de Camilo Castelo Branco. As apresentações acontecem nos dias 15, às 21h30, e 16, às 16 horas, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, com uma mesa redonda na segunda sessão.
As celebrações do bicentenário incluem ainda, no dia 20, às 15h30, o “Resgate – Camilo, uma Alma em três partes”. Na Casa do Infante, Marta Teixeira convida a (re)descobrir a vida de Camilo a partir da sua matrícula na Faculdade de Medicina do Porto, em 1843.
Fonte: CM Porto
Foto: Museu do Porto