"É uma área cuja reabilitação é urgente, é premente, e isso justifica a votação unânime na aprovação". Assim considera o vereador do Urbanismo e Espaço Público sobre a delimitação da Unidade de Intervenção de Santa Clara. Com um investimento total que supera os 25 milhões de euros, a proposta coloca o foco na vertente residencial daquela zona do Centro Histórico.
No final da reunião de Executivo, Pedro Baganha referiu que, entre os objetivos deste "estudo de pormenor", estão a "reabilitação do edificado com a predominância da habitação, a manutenção da população que lá reside no seu local de origem, e a reabilitação do espaço público", todos parte do "pacote do investimento público previsto num espaço de seis anos".
Em sequência, o vereador acredita que virá "a indução de investimento privado, à semelhança do que aconteceu nas restantes áreas de reabilitação urbana, em particular nesta do Centro Histórico".
Sobre Santa Clara, Pedro Baganha recorda que se trata de "um território caraterizado por um elevado grau de imóveis que estão devolutos e em péssimo estado de conservação", apresentando, ainda, "um conjunto de arruamentos relativamente limitado, que está em muito mau estado".
Do desafio da reabilitação às oportunidades, o vereador do Urbanismo e Espaço Público adianta que a autarquia olha para "a existência de alguns terrenos públicos, municipais, mas, também, do Estado" como propícios à "construção, por exemplo, de um jardim de proximidade, mesmo ao lado da Ponte Luís I".
Entre as intervenções, o plano incluiu a implantação de um meio mecânico, nas imediações do edifício do Recolhimento do Ferro, "que permita transpor a cota do túnel da Ribeira até à zona de Santa Clara".
"Parece-me uma oportunidade que a cidade não pode desperdiçar de requalificação do espaço público neste território que, apesar de pequeno, encerra, em si mesmo, um conjunto de debilidades e de obsolescência do edificado que justifica a urgência na implementação desta unidade de intervenção", concluiu Pedro Baganha.
Acompanhando a proposta de delimitação, Rosário Gambôa justifica a aprovação "pela qualidade de vida das pessoas que lá moram, pela potencialidade que se abre na melhoria dessa qualidade de vida, pela visibilidade daquilo que é a dignidade do Centro Histórico". "Esta reabilitação é extraordinariamente importante", reforça a vereadora do PS.
Também para o PSD, "reabilitar Santa Clara é cuidar da alma portuense". Olhando para o local como "a porta de entrada no Centro Histórico", Mariana Ferreira Macedo considera "importante termos um plano ambicioso, que tenha coesão urbana, impacto social, preservando, sobretudo, a identidade histórica. Não podemos limitar-nos a ter reabilitação casa a casa".
Com "uma ou outra divergência", também a deputada da CDU afirma "entender a necessidade e a urgência da concretização da proposta". "É uma área com casas devolutas, em ruínas, que é necessário resolver", sublinha Joana Rodrigues.
Pelo Bloco de Esquerda, Sérgio Aires admitiu "votar favoravelmente, mas muito contrariado porque as habitações municipais que vão ser disponibilizadas para arrendamento acessível". "Temos a experiência de que o arrendamento acessível não é acessível, antes pelo contrário, fica subscrito às regras do mercado. Portanto, não é acessível para cada vez mais pessoas", considera o vereador.
No entanto, admite, "a urgência e a emergência de intervir naquele espaço é grande e sobrepõem-se a esta questão".
Fonte/Foto: CM Porto